Falar sobre a Praça do Mercado La Salut é falar sobre o bairro de La Salut, periférico de Badalona. Que é uma grande junta administrativa ligada à Barcelona. A cidade cresceu fortemente nos anos 60 e 70 com a imigração vinda do sul da Espanha, e recentemente sofreu com grandes problemas de identidade, devido a uma alta taxa de imigração recente, desta vez, oriunda de todo o mundo.
É também falar sobre o edifício do mercado, do arquiteto Josep Maria Sostres, construído em 1980. Um edifício que é uma referencia, com uma grandiosa plasticidade e poder intelectual, ele dominou e se tornou um marco urbano quando descrevem a praça.
Objetivos da intervenção:
- Dar identidade para toda a área através do espaço “esquecido”, dando-lhe presença e fornecendo as funções necessárias, através da reflexão da complexidade do ambiente – estes são os objetivos da intervenção.
- Presença. O espaço era uma área residual, sem acesso para o mercado. Uma nova porta de acesso neste lado foi criada, a qual ao longo do tempo se tornou a principal entrada do mercado.
- As sucessivas transformações da comunidade no padrão social, equipamentos públicos e infraestruturas deram-lhe uma nova presença. A intervenção é o processo de “esvaziamento” do espaço. Onde antes havia uma superposição de elementos fixos (paredes, lâmpadas de rua, escadas, bancos, arbustos…) agora há geometria, fluxo de pessoas. É um espaço dinâmico.
Simplicidade formal. A nova praça responde ao grande número de fluxo. O edifício, com este acesso principal para o norte, gera a entrada e a saída nos dias do mercado. O La Salut Civic Centre (no primeiro pavimento) é acessado através da rampa existente. Há também a importância da cruz principal, a convergência da Avenida Marquès de Sant Antoni com a Rua Quevedo, que inclui o estacionamento subterrâneo para carros. Nas calçadas, as saídas da nova estação subterrânea L9 foram instaladas recentemente.
Optou-se por simplificar ao máximo a forma da praça, reduzindo-a num plano inclinado definido pelos seus limites triangulares. É um espaço isotrópico onde itinerários não são priorizados e o fluxo livre é facilitado.
Composição rica. O espaço responde a diferentes usuários que podem ser acomodados; espaço de circulação, encontros, brincadeiras… Numa escala maior que diz sobre a nova centralidade da vizinhança. O projeto também representa a diversidade social da comunidade com a grande população imigrante, recente e estabelecida.